“O uso da capina química, ou seja, a utilização de herbicidas para impedir o crescimento de mato em áreas urbanas, pode provocar doenças graves em pessoas que transitam próximo ao local da aplicação e deve ser coibido”. A afirmação é do biólogo Leandro Coutinho, coordenador de Meio Ambiente da Prefeitura, durante palestra destinada a funcionários da Secretaria de Obras e Serviços Públicos nessa terça-feira, 9.
Embora a Prefeitura não utilize herbicida na área urbana, o Ministério Público solicitou que a administração municipal promovesse palestra para funcionários que trabalham diariamente nas ruas, alertando para os perigos desse tipo de prática.
Segundo Coutinho, a aplicação de herbicidas em áreas de produção agrícola de Teresópolis, apesar de estar sendo reduzida nos últimos anos, ainda é prática comum. “E nem sempre quem aplica o veneno usa o equipamento recomendado”, lembrou. “Pessoas que entram em contato direto com os herbicidas - através da inalação ou mesmo através da pele - estão sujeitas a doenças cardíacas e do sistema nervoso”, explicou o biólogo, acrescentando que mulheres grávidas expostas ao veneno podem ser vítimas de alterações dos fetos, e que anencefalia e defeitos de formação, como lábio leporino e outras alterações, já foram constatados após esse tipo de exposição.
“Isso sem falar nos prejuízos causados à natureza”, prosseguiu o biólogo. “O herbicida se acumula em poças e ‘bocas de lobo’ e, com as chuvas, corre pelos esgotamentos de águas pluviais, chegando aos rios, onde pode destruir todo o tipo de vida existente no local.”, ensinou.
Apesar de a Prefeitura não utilizar capina química e nem possuir equipamento para tal, em condomínios particulares na cidade os herbicidas ainda são utilizados, embora a proibição conste da Lei Federal nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que regula o uso de agrotóxicos no Brasil.
O uso do herbicida só é permitido em áreas segregadas e longe das ocupações humanas, e deve ser feito por aplicador vestido com todos os EPI - Equipamentos de Proteção Individual. A área deve ser isolada por um período mínimo de 24 horas.
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