quinta-feira, 5 de abril de 2012

Defesa de Demóstenes Torres quer anular investigação da PF

Defesa alega que gravações são ilegais
O argumento é que o senador foi gravado ilegalmente e como ele tem foro privilegiado, qualquer investigação precisaria do aval do STF.

A defesa de Demóstenes Torres quer anular a investigação da polícia federal no caso que apura o envolvimento do senador com o bicheiro Carlos Cachoeira. 

O argumento da defesa é que o senador foi gravado ilegalmente e como ele tem foro privilegiado, qualquer investigação precisaria do aval do Supremo Tribunal Federal. As conversas gravadas derrubaram na quarta-feira (04), a chefe de gabinete do governador de Goiás. 

Desta vez, foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que teve que se explicar. O relatório da Polícia Federal mostra que havia uma conexão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, com o gabinete do governo goiano. Perillo disse que não: “Jamais houve qualquer envolvimento do governador ou do governo do estado em qualquer ato ilícito nesta e em outras áreas”. 

Mas, segundo a polícia, houve trocas de mensagens entre Cachoeira e a chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, sobre operações sigilosas que seriam feitas pela Polícia Federal. 

Em uma das gravações o bicheiro diz: “Vai ter busca na casa e prefeitura”. E Eliane responde: “Ok, entendi”. Eles falavam da prefeitura e da casa do prefeito de Águas Lindas de Goiás, Geraldo Messias, aliado de Perillo. Nesta quarta-feira (4), Eliane Gonçalves Pinheiro pediu demissão. Em carta, diz que foi injustiçada, vítima de um equívoco pela coincidência do nome com o de outra Eliane. 

Quem também acha que foi injustiçado é o senador Demóstenes Torres. Depois de dias em casa, decidiu passar o feriado em uma fazenda. Na segunda-feira, o advogado dele deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Vai pedir anulação das provas. Alega que o senador teria sido ilegalmente grampeado nas conversas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. 

Para o advogado do senador, se ele conseguir invalidar as provas, acabaria o assunto. Mas senadores acham que não é bem assim e se preparam para fazer a primeira reunião do Conselho de Ética, onde Demóstenes será julgado politicamente. Só que há um detalhe: oito dos 13 integrantes do conselho têm pendências judiciais, por motivos diversos, segundo o site ‘Congresso em Foco’. E não há consenso se eles deveriam ser substituídos. 

“É bom que o Conselho de Ética seja absolutamente isento”, afirma Álvaro Dias. “O que vai estar em julgamento no Conselho de Ética do Senado Federal é quebra de decoro parlamentar, e não crime cometido. Então, portanto, não vejo nenhum problema em relação a isso”, destaca o senador Walter Pinheiro. 


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