sábado, 24 de março de 2012

Um fato e duas versões para morte do ciclista atropelado por Thor Batista

A força de impacto foi tão grande que deixou a Mercedes
nesse estado. Que velocidade seria necessária
para fazer isso?
Um vizinho do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, que morreu ao ser atropelado pelo filho do empresário Eike Batista, Thor Batista, afirmou neste domingo, durante o enterro da vítima, que Wanderson andava pelo acostamento da Rodovia Washington Luís quando foi atingido. A declaração do vizinho, que se identificou como José da Silva, desmente a versão dos fatos divulgada em nota pela assessoria de imprensa EBX, de que Wanderson teria sido atingido quando "atravessava a rodovia inadvertidamente" de bicicleta.
Familiares também constestaram o posicionamento da empresa de Eike Batista. A tia e mãe de criação de Wanderson, Maria Vicentina Pereira, também confirmou que o sobrinho andava pelo acostamento. "Ele fazia esse trajeto todos os dias durante 30 anos. Pelas manchas de sangue que ficaram marcadas no chão dava para ver que ele foi atingido quando andava pelo acostamento", afirmou. 
Segundo Maria Vicentina, a família recebeu uma ajuda de custo no valor de R$ 8 mil para cobrir as despesas do enterro e a reconstituição facial e corporal da vítima, que teve o corpo dilacerado na colisão. Familiares afirmaram, ainda, que o empresário Eike Batista teria contestado o valor dos custos, alegando que seriam muito altos. O advogado da família de Wanderson, Cléber Carvalho Rumbelsperger, também contestou a versão divulgada pela empresa EBX. "O documento de ocorrência policial (registro de ocorrência) não tem absolutamente nada. A polícia não ouviu ninguém, ao que me consta. Isso não é de praxe. É muito estranho que o atropelador deixe o local da morte sem ter ido à delegacia. O motorista foi abordado por policiais na hora do acidente, deveria ter ido à delegacia de polícia para prestar esclarecimentos", destacou o advogado de defesa, que também contestou o fato do veículo ter sido retirado do pátio da Polícia Rodoviário Federal pelo advogado do condutor.  
O corpo de Wanderson foi velado e enterrado no final da tarde deste domingo no cemitério de Xerém, em Duque de Caxias. Em clima de muita consternação, familiares e amigos foram ao local prestar luto. "Ele era uma joia preciosa e agora foi tirado da gente. Era um rapaz muito bom, trabalhador, um filho para mim", lamentou Maria Vicentina. 

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