quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Garçom que atirou na mulher e no sogro de forma covarde, acaba preso na delegacia

Eduardo depois de receber voz de prisão

Na manhã de quarta-feira, o garçom Eduardo Marques da Silva, conhecido por Dudu, de 27 anos, acusado de tentar matar a ex-mulher e o ex-sogro foi transferido para o centro de triagem da unidade prisional de Grajaú e após será levado para o presídio Água Santa, ficando à disposição da justiça. Acreditando que estaria fora do flagrante do delito pela tentativa de homicídio da ex-mulher e ex-sogro, o garçom se apresentou na delegacia quatro dias após o crime, acompanhado de um advogado. No entanto para o desespero do acusado e surpresa do advogado, já existia um mandado de prisão expedido pela Vara Criminal em desfavor do garçom e o mesmo acabou ficando preso à disposição da justiça. Eduardo é acusado de tentativa de homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e pela covardia, em razão da impossibilidade de defesa da vítima. Se condenado, o acusado pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Ele é acusado de tentar matar a tiros a ex-companheira Letícia de Oliveira Flávio, com quem tem uma filha de 3 anos e o sogro Edmilson da Silva Flávio, de 43 anos,que era pastor da igreja Celestial Cordeiro de Deus, no Bairro Caleme e conhecido borracheiro da Ponte do Imbui. A prisão do acusado aconteceu na tarde do último sábado. O carro do Edmilson que foi levado pelo acusado ainda não foi localizado. O acusado também responderá pelo roubo do veículo, crime previsto nas penas do artigo 157 do Código Penal.
O delegado adjunto da 110ª DP Vinicius Paiva efetuou a prisão e apresentou o acusado a imprensa. Letícia foi atingida com tiro na vagina.  Edmilson foi atingido com dois tiros no olho direito, perdendo a visão. Ele foi transferido para um hospital no Rio de Janeiro onde foi submetido á cirurgia para a retirada das balas que ficaram alojadas, perdendo o olho.


Delegado Adjunto da 110ª DP, Dr, Vinícius Paiva

Como foi:


O acusado antes de agir armou uma “arapuca” para atacar as vítimas. Segundo informações colhidas no local, o acusado, morador na Fonte Santa foi até a igreja do sogro, assistiu o culto evangélico. Ao terminar o culto por volta das 21h, o acusado entrou em seu carro, se despedindo de todos, inclusive da ex-companheira que também estava na igreja. Após sair, retornou em seguida, pedindo ajuda ao pastor, que também é borracheiro, dizendo que seu pneu teria furado. O pastor entrou no carro do acusado, acreditando que iria ajudá-lo a colar o suposto pneu. Já dentro do carro, o acusado sacou da arma e colocou na cabeça do sogro, dizendo que o mataria. O acusado retornou a casa do pastor, onde chamou a ex-companheira, dizendo que mataria todos. Assustada a ex-mulher foi falar com o acusado. Na ocasião, o garçom disparou tiros no rosto do sogro, acertando dois disparos no olho da vítima. Não satisfeito o acusado abriu as pernas da ex-mulher e disparou um tiro na vagina da mesma, dizendo que já que ela não seria dele, não seria de mais ninguém. Após o acusado entrou no carro do sogro e fugiu. As vítimas foram socorridas e levadas ao Hospital das Clínicas. Letícia ficou internada e o pai foi transferido. Letícia já vinha sofrendo com as ameaças por parte do garçom. Ela teria registrado ocorrência de violência doméstica na delegacia e estaria sendo assistida pela secretaria Municipal dos Direitos da mulher. A vítima contou ainda que, na semana passada, o acusado esteve em sua casa, dizendo que iria se matar caso ela não reatasse com ele. Com medo a vitima acabou indo até a casa do acusado, onde foi impedida de sair ficando presa até o dia seguinte, quando ligou para o pai, pedindo ajuda para apanhá-la na casa do garçom. 



A importância de denunciar a violência Doméstica


Para que a lei seja aplicada de forma correta e atenda aos anseios das vítimas de violência, é essencial que as mulheres denunciem. Com a denúncia formalizada os operadores do direito podem exercer um papel vital para ajudar a acabar com a violência doméstica e salvar milhares de vidas. Dados revelam que as vítimas estão cada vem mais dispostas a sair do ciclo de violência e punir o marido ou companheiro agressor. De 2010 até o mês passado, o Núcleo de Atendimento a Mulher na 110ª DP registrou 1.130 atendimento a vítima de violência doméstica. Isso mostra que as mulheres superaram a vergonha, o embaraço e medo de denunciarem os seus parceiros violentos. Todos os casos registrados de violência doméstica tiveram inquérito instaurado com base a Lei Maria da Penha. No entanto, a dependência econômica em relação ao homem, as ameaças e os filhos contribuem para que muitas vítimas não denunciem e com isso, elas fazem de tudo para manter a união, continuando no ciclo de violência. Muitas mulheres se encorajam e denunciam o agressor, mas acabam desistindo do processo durante a primeira audiência, quando estão diante do juiz.


(Por Eliane Almeida, Repórter Policial)

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