Acusação: mandantes do crime. |
Quatro líderes da milícia conhecida como Liga da Justiça, que atua na zona oeste do Rio de Janeiro, foram absolvidos por júri popular da acusação de tentativa de homicídio contra o cobrador de van Marcelo Eduardo dos Santos Lopes. Eram acusados o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, de 56 anos, o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, de 63 anos, um filho de Jerônimo, Luciano Guimarães, e Leandro Viegas.
Milicianos festejam absolvição |
Os quatro seriam mandantes do crime, que ocorreu em 15 de junho de 2005 em Guaratiba, também na zona oeste. O grupo continua preso na Penitenciária de Campo Grande (MS) por conta de outros crimes. Eles foram conduzidos ao Rio para o julgamento, mas deveriam retornar ainda hoje para o Mato Grosso do Sul. A absolvição foi decidida na madrugada de hoje. Por diferença de apenas um voto (quatro a três), os jurados consideraram o grupo inocente. O Ministério Público ainda não decidiu se vai recorrer. Durante o julgamento, que durou dois dias, os acusados negaram ter chefiado a milícia.
Opinião
Para o procurador da República Fabio Seghese, a absolvição de integrantes de uma milícia revela a necessidade de alteração no processo penal. Classifica de “equívoco” que homicídios cometidos por organizações criminosas sejam julgados por júri popular e não por um juiz.
Segundo ele, a “periculosidade notória” dos réus pode comprometer a liberdade dos jurados. Mas a mudança, porém, depende de uma revisão da Constituição. Mais simples, de acordo com ele, seria permitir o julgamento fora do estado em que o crime foi cometido.
Presidente da CPI das Milícias, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) concorda: “Como ocorre na Itália, a máfia não pode ser julgada pelo tribunal do júri”, diz. Ele e Seghese defendem a aprovação do projeto de lei que tipifica o crime de formação de milícias.
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