Está marcado para esta segunda-feira o júri popular de Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, então com 15 anos, em 2008, após mantê-la por 101 horas em cárcere privado. O julgamento acontece às 9h, no Fórum de Santo André, no ABC Paulista, e não tem prazo determinado para acabar. A expectativa é que a sentença saia em até quatro dias.
Inconformado com o fim do relacionamento, ele invadiu, na tarde de 13 de outubro, o apartamento onde Eloá fazia um trabalho de escola com a amiga Nayara da Silva, também de 15 anos, e outros dois adolescentes, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. À noite, ele liberou os jovens. Nayara foi solta no dia seguinte, mas retornou ao cativeiro no dia 16, enquanto ajudava nas negociações.
No dia 17, após supostamente ouvir um tiro no interior do imóvel, a polícia invadiu o apartamento, mas Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns. Nayara foi atingida no rosto, mas sobreviveu. Eloá foi baleada na cabeça e na virilha, e morreu no dia seguinte, no hospital. Lindemberg está preso desde então.
O jovem foi denunciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima) em relação a Eloá; tentativa de homicídio duplamente qualificado em relação ao disparo contra Nayara; e tentativa de homicídio qualificado (para assegurar a execução de crimes) contra o sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano. Ele também foi denunciado cinco vezes por cárcere privado qualificado em relação a Nayara (duas vezes), a Eloá e aos dois adolescentes que estavam no apartamento no momento da invasão, e quatro vezes por disparo de arma de fogo em lugar habitado.
Em 2010, a Justiça paulista determinou que ele fosse levado a júri popular e o julgamento foi marcado para o ano seguinte. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, decidiu que o processo deveria retornar à fase de instrução porque considerou que a defesa de Lindemberg foi comprometida. Após nova oitiva de testemunhas, o juiz manteve a decisão de mandá-lo a júri popular.
De acordo com a promotora Daniela Hashimoto, a pena de Lindemberg pode variar de 50 a 100 anos de prisão.
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