segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Deputado do PT quer proibir transmissões de MMA por considerar a modalidade violenta

Lutador exibe corte no rosto
impressionante
Efeito de uma joelhada
A imagem do brasileiro José Aldo carregado e ovacionado após manter o cinturão dos pesos-pena com um nocaute sobre o norte-americano Chad Mendes não deixa dúvidas: o MMA se consolidou como um fenômeno. A 142º edição do UFC, realizada no Brasil, lotou a HSBC Arena e criou expectativa para o evento do meio do ano a ser realizado no Pacaembu.

Mas se o sucesso de audiência é inquestionável, as artes marciais mistas ainda estão longe de se tornar uma paixão unanimemente nacional. Isso porque enquanto há um grupo que identifique no excesso de violência e agressividade o principal ingrediente para que o esporte funcione, ainda existe um grupo grande de expectadores que se escandaliza com a modalidade sangrenta.

Se todas as lutas fossem como a de Anderson Silva contra Vitor Belfort — realizada em fevereiro do ano passado —, em que, com apenas um chute, Spider nocauteou o adversário sem derramar uma gota de sangue, talvez o MMA não gerasse tanta discussão. A polêmica surge quando joelhadas, cabeçadas, socos e pontapés são desferidos até o oponente ficar visivelmente machucado ou desmaiar dentro do octógono. Tanto que até mesmo Dana White, presidente do UFC, reconhece que as lutas excessivamente agressivas ainda não são facilmente aceitas pelo público.

A discussão, porém, vai além de avaliar se o público tem ou não condições de acompanhar os cinco rounds. Mais incisivo, o deputado federal José Mentor (PT-SP) é autor de um projeto de lei que proíbe, independentemente do horário, a transmissão de lutas marciais não olímpicas na televisão. Há uma exceção: desde que fossem pouco violentas, tais modalidades teriam de ser autorizadas pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos para entrar na grade horária. O MMA certamente não estaria nessa lista.

Mentor reconhece que é difícil que a proposta — com audiência pública prevista para o mês que vem — seja aprovada. “É uma luta que está sendo muito explorada financeiramente e que tem uma projeção mundial. Mas mais difícil ainda é ficar sem fazer nada”, afirma. A agressividade do MMA, que, segundo o deputado, pode incitar as pessoas a ficarem mais violentas, foi o que motivou a elaboração do projeto. “Proíbem rinhas de canários e de cavalos porque machucam o animal. Como não proíbem a rinha humana? Imagina os danos que isso causa?”, questiona.

A discussão não é exclusiva do Brasil. Desde 1997, competições e demais atividades relacionadas ao MMA são proibidas em Nova York, apesar dos esforços de Dana White em legalizar a prática no estado. Além disso, no fim de 2010, 250 médicos da Associação Médica do Canadá reuniram-se exclusivamente para avaliar o impacto físico da modalidade. A conclusão: o MMA provoca traumas na cabeça e outros tipos de lesões que podem ser refletidos por toda a vida do lutador. O órgão, então, sugeriu o banimento do esporte no país, segundo mercado do UFC no mundo.

Um comentário :

  1. MMA é um esporte violência é que o senhores deputados veem realiizando em um "ringue" chamado camara, o pior que a maioria violentados muitas vezes não tem acesso ao treinamento para se defender!

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