segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ameaçado pela milícia, Deputado Marcelo Freixo vai fugir do país. Leia mais.

Deputado Marcelo Freixo do Psol
Vítima de um crescente número de ameaças de morte, o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL), que presidiu um inquérito parlamentar contra as milícias no Estado, vai deixar o país na terça-feira com ajuda da Anistia Internacional.
Freixo presidiu em 2008 a CPI das Milícias na Assembléia Legislativa do Rio, que resultou no indiciamento de mais de 200 pessoas entre políticos, policiais, bombeiros e outros suspeitos de ligação com os grupos criminosos que dominam comunidades, principalmente na zona oeste da capital fluminense.
O parlamentar, de 43 anos, disse que o serviço de inteligência da Polícia Militar do Rio confirmou pelo menos sete ameaças de morte contra ele somente este mês. Segundo Freixo, a viagem será também uma forma de chamar a atenção das autoridades estaduais sobre o esquema de segurança dele e de sua família.
"As ameaças sempre existiram, mas agora se intensificaram, o que criou uma tensão maior", disse Freixo à Reuters, nesta segunda-feira, por telefone.
"Pretendo ficar lá fora por pouco tempo. Quero esse tempo para fazer um ajuste na minha segurança e para chamar a atenção das autoridades. Estão tratando isso como se fosse um problema particular meu, mas é claro, é um problema de segurança pública."
O ex-deputado estadual Natalino Guimarães e o irmão dele, o ex-vereador Gerônimo Guimarães, estão entre os presos em razão das investigações feitas pelo deputado e pela CPI das Milícias. Eles foram considerados os comandantes da principal milícia da zona oeste do Rio e estão detidos em um presídio federal.
Freixo vai para um país da Europa, cujo nome não foi revelado por motivos de segurança.
"Será uma saída temporária para distensionar a família que está muito preocupada e para chamar a atenção das autoridades sobre os programas de proteção. Não acredito neles", disse.
O parlamentar vem solicitando reforço em sua segurança e da sua família desde o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto, supostamente por policiais que faziam parte de um grupo de extermínio na região metropolitana do Rio. Freixo disse que ainda não foi atendido.
"Não abro mão de exercer minha função de representante do povo. Para isso a minha integridade e da minha família têm que ser preservadas", disse o deputado, que é cotado para concorrer à prefeitura do Rio em 2012 pelo PSOL.
A atuação de Freixo contra as milícias inspirou um personagem do filme "Tropa de Elite 2", que trata da questão das milícias no Rio de Janeiro. O personagem é um deputado que denunciava os grupos criminosos dentro da Polícia Militar fluminense.

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