O presidente estadual do PT em São Paulo, Edinho Silva, afirmou, em nota divulgada no início da tarde desta quinta-feira (20), que o partido não conseguiu interpretar a dimensão e as verdadeiras reivindicações da onda de protestos que tomou a capital paulista – e diversas outras cidades do Brasil – nos últimos 14 dias. E pediu para que seus correligionários se mobilizem no sentido de articular uma agenda de diálogo com os movimentos sociais, cada vez mais distantes do PT.
"O Partido dos Trabalhadores não teve a devida percepção social ao não interpretar a dimensão das manifestações, tanto nas redes sociais como nas mobilizações esporádicas do último período, como 'o nascedouro' de novos movimentos sociais que entravam em cena", diz a nota do presidente paulista.
A declaração de Edinho, que aponta para o que ele chama de "erros" do partido, vai de encontro ao discurso do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que, no início da noite de quarta-feira (19), divulgou uma nota convocando a "militância petista" para sair às ruas no protesto marcado para às 17h desta quinta-feira (20), em São Paulo.
Batizado de "Onda Vermelha", um ato foi convocado nas redes sociais bem perto da concentração para a passeata organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), que liderou os protestos na capital paulista. As mensagens convidam simpatizantes do PT, PCdoB, PCBR, CUT, MST, entre outros, a se vestirem de vermelho e irem às ruas em apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e discutirem temas como a reforma política. Apesar da convocação pública, Rui Falcão não deve ir ao evento.
Em São Paulo, os protestos eram contrários à atuação de partidos políticos durante os atos. Bandeiras, bonés e camisetas de organizações políticas que apareciam durante o percurso eram, na maioria das vezes, vaiados.
Em postagens nas redes sociais, alguns manifestantes chamam o PT de "oportunista" por causa da mobilização para o ato desta quinta que, segundo eles, será para "celebrar a vitória popular" e prestar solidariedade às cidades que ainda não conseguiram a redução da tarifa para o transporte público.
Ao ser isolado pelo PT e pelo governo federal, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), telefonou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pediu uma reunião no fim da tarde de quarta-feira (19). Decidiram que a redução da tarifa de R$ 3,20 para R$ 3 era inevitável após os dias de protestos e os atos de violência na terça-feira (18).
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