sexta-feira, 24 de maio de 2013

Debate e exposição marcam evento pelo Dia da Luta Antimanicomial em Teresópolis


A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Divisão de Saúde Mental e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), realizou um evento na manhã desta terça, 21, para lembrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. Mesa de debates com o tema “Desinstitucionalização, dispositivos substitutivos e a inclusão pelo trabalho” e exposição de trabalhos artesanais produzidos pelos pacientes da unidade fizeram parte da programação, realizada no Teatro Municipal.

“Nesta data lembramos aos profissionais de saúde, pacientes psiquiátricos e familiares que a reforma da saúde mental veio para evitar as longas internações em manicômios. Essa reforma prega a socialização dos pacientes e sua inserção no mercado de trabalho. Quando há necessidade, as internações são bem mais breves”, explicou Ana Paula Bergamini, diretora da Divisão de Saúde Mental.
 
Durante o evento, foi abordado o processo de desinstitucionalização do Hospital Colônia de Rio Bonito, inaugurado em 1967 e que chegou a ter mais de 800 pacientes psiquiátricos internados de vários municípios do Estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Particular e, anos depois, conveniado ao Sistema Único de Saúde, em 2011 o hospital passou para o controle do Governo do Estado por decisão da Justiça, e desde então se encontra em processo de desativação. A situação foi abordada pela psicóloga Cabia Azevedo, a assistente social Ciliana Aguiar e a terapeuta ocupacional Daniele Fiúza, integrantes da equipe do hospital.

O Dia Nacional de Luta Antimanicomial marca o movimento de profissionais da saúde mental, de usuários e familiares interessados em reduzir as internações psiquiátricas prolongadas, propondo outros espaços de cuidado aos pacientes, como os ambulatórios ampliados, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas e centros de convivência comunitários.

Teresópolis conta com uma rede local de atenção em saúde mental, de acordo com o previsto na Lei 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial. Essa rede é composta pelo ambulatório de saúde mental, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) e o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi), todos instalados na sede da Secretaria de Saúde, na Tijuca. Completam a rede as unidades básicas de saúde, os postos de Saúde da Família e a UPA 24 Horas.

Atualmente o CAPS II possui 85 pacientes adultos registrados. A unidade presta atendimento em regime de atenção diária com acolhimento, psicoterapia individual e em grupo, visitas domiciliares, oficinas terapêuticas e atividades culturais e de lazer. “O CAPS é a segunda casa do paciente psiquiátrico, onde ele passa o dia recebendo atendimento multidisciplinar e participando de terapias ocupacionais”, informou Kátia Ribeiro, coordenadora do CAPS II.

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