A Polícia do Rio Grande do Sul ainda não confirma, mas em uma
avaliação preliminar o prédio onde funciona a boate Kiss não poderia ter
sido liberado.
A saída única, o excesso de pessoas, o uso de sinalizador em local
fechado e a espuma pra revestimento acústico podem ter contribuído com a
tragédia.De acordo com o delegado Marcdlo Arigony, "nós temos diversos
indicativos de que a casa não podia estar funcionando. Se a boate
estivesse regular, não teria havido quase 240 mortes", disse.
O alvará da boate estava vencido desde agosto. Mesmo assim, o Corpo
de Bombeiros diz que o plano de prevenção apresentado naquela época
impedia o fechamento do local.
A perícia ainda investiga a lotação da boate na noite da tragédia. A
capacidade era de mil pessoas, mas a investigação aponta que poderia
haver o dobro de pessoas durante a festa de domingo.
Delegados e promotores de Justiça estiveram reunidos nesta
terça-feira para traçar os rumos da investigação. Uma das preocupações é
o sumiço de evidências consideradas essenciais, como as imagens de
câmeras de segurança.
Os homens apontados como proprietários do estabelecimento, Mauro
Hoffman,que se entregou à polícia e o sócio Elissandro Spohr, o
Kiko, que se recupera em um hospital de Santa Maria, tiveram os bens
bloqueados pela Justiça. Também estão presos o vocalista da banda,
Marcelo de Jesus Santos e o assistente de palco Luciano Augusto Bonilha.
Os dois sócios da boate já têm passagens na polícia. Kiko responde a
dois casos de agressão contra clientes e por lesão corporal culposa, ou
seja, sem intenção, em um acidente de trânsito. Mauro é suspeito de
estelionato, mas o caso está em segredo de Justiça.
O prefeito de Santa Maria suspendeu as atividades culturais da cidade
por 30 dias, inclusive o Carnaval. Ele disse também que pretende
construir um memorial em homenagem às vítimas no local onde funcionava a
boate Kiss.
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