O ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), Djalma Beltrami, foi preso de forma preventiva nesta quinta-feira, após decisão do juiz Márcio da Costa Dantas, da 2ª Vara Criminal de São Pedro D'Aldeia.
Em nota a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Seseg) informou que a "Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança acatou e cumpriu imediatamente a decisão do juiz Márcio da Costa Dantas, da 2ª Vara Criminal de São Pedro D'Aldeia, de prisão do coronel PM Djalma Beltrami".
De acordo com o advogado de Beltrami, Marcos Espíndola, a defesa ainda não teve acesso ao mandado de prisão e por isso não vai se pronunciar neste primeiro momento.
Djalma Beltrami foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça por tráfico de drogas e por associação ao tráfico. A acusação por tráfico é por ter se omitido na ação de policiais do 7º BPM, que mantinham um esquema de corrupção junto a traficantes de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a denúncia, o comandante tinha o dever de agir contra a ações dos maus policiais.
Operação Dezembro Negro
Segundo investigações, traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo, pagariam propina de R$ 160 mil ao oficial e policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do quartel para não reprimir a venda de drogas na comunidade. A prisão do coronel Beltrami gerou divergência entre as polícias Civil e Militar. Enquanto agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói afirmam que o oficial estava envolvido no esquema de pagamento de propinas, dois ex-comandantes da PM defenderam o policial e afirmaram que a prisão foi arbitrária.
Mais cedo, eles visitaram Beltrami, no Quartel-General da PM. Os ex-comandantes Mário Sérgio Duarte e Ubiratan Angelo, além do presidente da Associação dos Militares Estaduais (AME), coronel Fernando Belo, criticaram a prisão. “Beltrami é disciplinador. Ver um oficial com esse perfil ser preso com argumentos que têm a consistência de uma bolha de sabão indigna”, criticou Mário Sérgio. O deputado estadual Flávio Bolsonaro também havia visitado o policial e afirmou que a Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, da qual é vice-presidente, vai pedir à Polícia Civil informações sobre o caso. “Tudo indica que alguém pode ter usado o nome dele para valorizar a propina”, disse Bolsonaro.
O delegado Alan Luxardo não comentou o caso nesta terça-feira. Na segunda, ele afirmou que teria provas do envolvimento do oficial. “Temos provas de que o esquema acontecia após a gestão dele (Djalma Beltrami). Ele negou, mas temos material bastante contundente sobre o esquema”.
Nenhum comentário :
Postar um comentário