sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Resistência de estudantes na USP, vem do narcotráfico e usuários de drogas

Choque foi chamado para conter os revoltados
na USP
A prisão de três estudantes que fumavam maconha dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP) no início da noite desta quinta-feira provocou uma confusão entre alunos do curso de História e policiais militares. Dois PMs foram feridos na cabeça por pedradas jogadas pelos estudantes. Quatro viaturas da corporação foram destruídas pelos manifestantes. O cinegrafista da TV Bandeirantes, Milton Lara Carvalho, foi agredido e ficou ferido no rosto. Ele teve a moto derrubada e câmera danificada. “Estava filmando quando um dos estudantes me deu um tapa na cara”, contou Carvalho, que vai registrar boletim de ocorrência da agressão.
Confronto na USP
A polícia teve de usar gás lacrimogênio e spray de pimenta para dispensar os baderneiros, que queriam forçar a liberação dos estudantes da Geografia presos. Apesar da resistência, os três foram levados para o 91º DP, na Vila Leopoldina, mas tiveram de ir até lá no carro da diretora da Faculdade de História, Sandra Nitrine, que tentou o tempo todo evitar o tumulto. ”A polícia só disparou gás depois que os estudantes jogaram um cavalete no carro da PM”, afirmou o tenente José Ricardo Caresi. “Os alunos detidos toparam sair do campus com a PM, mas os colegas não deixaram.”
Os três estudantes devem ser liberados nesta madrugada, depois de assinarem um termo circunstanciado. Eles foram autuados por porte de droga. A professora Sandra Nitrine, diretora da Faculdade de História tentou conter o tumulto. Agora, ela está na delegacia acompanhando os alunos presos.
De acordo com o relato de estudantes, por volta das 18h30, dois policiais militares abordaram três estudantes que fumavam dentro de um carro na entrada da Faculdade de História. Ao verem a droga, os policiais resolveram conduzir os alunos para a delegacia. Nesse momento, outros estudantes começaram um tumulto para impedir que os detidos entrassem na viatura. Foi aí que começou a pancadaria.
“O pessoal foi para cima da PM”, disse um aluno da História. Victor Ferreira, também estudante da faculdade, lamentou: “Os PM estavam quase cedendo e liberando os colegas quando chegou o reforço.” Após a saída dos policiais com os três presos, cerca de 300 estudantes organizaram um protesto em que pediam a renúncia do reitor Grandino Rodas, a retirada da PM do campus e a dissolução do Diretório Central dos Estudantes, que, para eles, foi conivente com a polícia. Entre os manifestantes, muitos fumavam maconha. “Eles fumam na cara dura”, constatou um dos seguranças da universidade.
Estudantes da PUC São Paulo encontram
os portões da Universidade fechados.
A polícia militar passou a patrulhar o campus da USP em setembro, depois de um aluno da FEA ter sido morto no estacionamento da faculdade. A presença da PM no local foi aprovada pelo Conselho Gestor da universidade em maio.
A questão da maconha nas universidades é grave. Elas se tornaram quase que uma zona livre para o consumo e o tráfico de drogas. Há quem afirme que a USP, por exemplo, é uma área quase tão lucrativa quanto qualquer morro do rio onde funcionam grandes bocas de fumo. Há pouco, vimos a PUC São Paulo fechar suas portas por três dias para esvaziar uma tentativa de realização de uma Festa das maconha entre alunos. Eles querem usar a Universidade como um território livre. Os protestos contra a presença da PM no Campus vem desse grupo que quer impor suas regras mesmo sendo uma minoria perto dos milhares de estudantes da Universidade.

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