![]() |
Segundo Otávio, é a chamada "reorientação da Rede", procedimento que só benefícios traz a população. |
Diante do anúncio da paralisação a partir de janeiro do
tradicional serviço de ortopedia da Beneficência Portuguesa, e dos inevitáveis
questionamentos da população sobre a mudança, decidimos procurar o Secretário
de saúde do Município para obter mais esclarecimentos sobre o assunto. Vejamos
a sua explicação para o fato:
“Como nós temos uma Central de Regulação Única, nós
conseguimos saber quais os serviços que estão deficitários, que você tem falta
de vagas, e quais os serviços que hoje tem vagas e atendem satisfatoriamente a
população. Então o serviço de ortopedia hoje, nós não temos fila no município,
e tendo em vista isso, nós discutimos com a Beneficência Portuguesa a
possibilidade de implantar um ambulatório de outros serviços, de outras
especialidades lá. Então nós estamos substituindo o serviço ambulatorial de
ortopedia na Beneficência Portuguesa por um serviço de Ginecologia com mais 300
consultas, de oftalmologia, com mais 100 consultas, e de gastroenterologia,
também com mais 100 consultas, que são especialidades hoje deficitárias na
rede. Com isso, nós ampliamos em mais 500 consultas a capacidade de atendimento
da Beneficência Portuguesa e aumentamos o atendimento nessas especialidades que
hoje geram fila de espera no município, e estaremos reduzindo o número de
consultas de ortopedia, haja vista que dentro da rede o HCT presta serviço ambulatorial
de ortopedia, o Cemusa presta serviço ambulatorial de ortopedia. Os pacientes
que saírem da UPA terão o seu agendamento de revisão direcionado para o
ambulatório da UNIFESO, que estará aparelhado, a partir de janeiro, para prestar
o mesmo atendimento aos clientes, com hora marcada, como eles eram atendidos na
Beneficência Portuguesa. Com isso, a população ganha mais consultas, e nós
desafogamos a fila de espera dessas especialidades de atendimento mais difícil
que são a gastroenterologia, a oftalmologia e a ginecologia. É a chamada
reorientação da rede, um procedimento necessário para adaptar a rede de saúde
pública as necessidades reais da
população”, completou Carlos Otávio.
De fato, as especialidades relacionadas pelo Secretário de
Saúde tem sido até agora de difícil acesso para a população, que espera em
longas filas o dia de se consultar. Oftalmologia, então, é raridade. Como o
serviço de ortopedia não vai acabar, e as revisões dos pacientes da UPA serão
agendadas para o ambulatório do UNIFESO, parece-nos que essa “reorientação da
rede” está no caminho certo com aumento de 500 novas consultas mês. Todos
sabemos, das dificuldades enfrentadas pela saúde pública no Brasil como um
todo, devido, principalmente, ao sucateamento das tabelas do SUS, mas com um
pouco de estratégia e racionalidade, e contando apenas com as recursos oriundos
do próprio município, é sempre possível melhorar de alguma forma essa situação.
Nenhum comentário :
Postar um comentário