terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Beneficência Portuguesa não atende mais ortopedia a partir de janeiro. Secretário de saúde explica "reorientação da Rede".

Segundo Otávio, é a chamada "reorientação da
Rede", procedimento que só benefícios traz
a população.
Diante do anúncio da paralisação a partir de janeiro do tradicional serviço de ortopedia da Beneficência Portuguesa, e dos inevitáveis questionamentos da população sobre a mudança, decidimos procurar o Secretário de saúde do Município para obter mais esclarecimentos sobre o assunto. Vejamos a sua explicação para o fato:

“Como nós temos uma Central de Regulação Única, nós conseguimos saber quais os serviços que estão deficitários, que você tem falta de vagas, e quais os serviços que hoje tem vagas e atendem satisfatoriamente a população. Então o serviço de ortopedia hoje, nós não temos fila no município, e tendo em vista isso, nós discutimos com a Beneficência Portuguesa a possibilidade de implantar um ambulatório de outros serviços, de outras especialidades lá. Então nós estamos substituindo o serviço ambulatorial de ortopedia na Beneficência Portuguesa por um serviço de Ginecologia com mais 300 consultas, de oftalmologia, com mais 100 consultas, e de gastroenterologia, também com mais 100 consultas, que são especialidades hoje deficitárias na rede. Com isso, nós ampliamos em mais 500 consultas a capacidade de atendimento da Beneficência Portuguesa e aumentamos o atendimento nessas especialidades que hoje geram fila de espera no município, e estaremos reduzindo o número de consultas de ortopedia, haja vista que dentro da rede o HCT presta serviço ambulatorial de ortopedia, o Cemusa presta serviço ambulatorial de ortopedia. Os pacientes que saírem da UPA terão o seu agendamento de revisão direcionado para o ambulatório da UNIFESO, que estará aparelhado, a partir de janeiro, para prestar o mesmo atendimento aos clientes, com hora marcada, como eles eram atendidos na Beneficência Portuguesa. Com isso, a população ganha mais consultas, e nós desafogamos a fila de espera dessas especialidades de atendimento mais difícil que são a gastroenterologia, a oftalmologia e a ginecologia. É a chamada reorientação da rede, um procedimento necessário para adaptar a rede de saúde pública as  necessidades reais da população”, completou Carlos Otávio.


De fato, as especialidades relacionadas pelo Secretário de Saúde tem sido até agora de difícil acesso para a população, que espera em longas filas o dia de se consultar. Oftalmologia, então, é raridade. Como o serviço de ortopedia não vai acabar, e as revisões dos pacientes da UPA serão agendadas para o ambulatório do UNIFESO, parece-nos que essa “reorientação da rede” está no caminho certo com aumento de 500 novas consultas mês. Todos sabemos, das dificuldades enfrentadas pela saúde pública no Brasil como um todo, devido, principalmente, ao sucateamento das tabelas do SUS, mas com um pouco de estratégia e racionalidade, e contando apenas com as recursos oriundos do próprio município, é sempre possível melhorar de alguma forma essa situação.

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