Às vésperas da ocupação da polícia na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, uma entrevista com o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, considerado o bandido mais procurado da cidade e preso nesta semana, foi publicada nexta sexta-feira pela revista "Época". Nela, o criminoso falou, em uma conversa realizada no dia 4 de novembro, do tráfico de drogas, polícia, ídolos, recuperação, prisão, UPP e religião. Ele disse que começou a "entender melhor os crentes", disse que acredita em Deus e que não vai par ao inferno.
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O criminoso disse que chamava pastores de igrejas evangélicas que existem na localidade para realizarem cultos em sua casa, mas afirmou que não tem ligação com alguma igreja específica. "Não vou para o inferno. Leio a Bíblia sempre, pergunto a meus filhos todo dia se foram à escola, tento impedir garotos de entrar no crime, dou dinheiro para comida, aluguel, escola, para sumir daqui. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas não tenho ligação com nenhuma igreja. Minha ligação é com Deus. Aprendi a rezar criancinha, com meu pai. Mas só de uns sete anos para cá comecei a entender melhor os crentes. Acho que Deus tem algum plano para mim. Ele vai abrir alguma porta."
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