As eleições se aproximam e a onda marítima das especulações
políticas começa a lançar sua espuma no ar. Quem serão os próximos candidatos?
Que articulações irão se formar com o intuito de enfrentar o desafio do pleito?
Quem apoia quem? Hoje, com o imenso alcance das redes sociais, a troca de
ideias e informações vai muito além da simples manchete de jornal ou de um programa
de rádio e televisão. Tem gente até se preparando para o corpo a corpo virtual
com mais euforia do que para o presencial. A magia do clique já seduziu as
pessoas com a rapidez dos resultados e a facilidade de execução. A internet abriu
portas para uma comunicação rápida, barata e até mais democrática, mas também
para a disseminação de informações distorcidas, boatos e mentiras em
intensidade ainda maior.
Mas tanto para os bem-intencionados, que desejam falar das
suas ideias e projetos, quanto para aqueles que pretendem iniciar apenas uma
guerra pelo poder, a proximidade do pleito pode trazer muitas surpresas. Nunca
se sabe o que vem pela frente. Basta um pequeno vacilo e tudo vai por água
abaixo. Os velhos “lobos políticos” que o digam...
Vai começar a temporada de caça! De caça ao eleitor que
busca por novas opções, do eleitor insatisfeito que precisa ser conquistado, do
eleitor que já tem candidato, do eleitor que não sabe em quem votar e daquele
que decidiu anular seu voto. Muitos candidatos anunciam que não irão concorrer
ao pleito para fazerem-se passar por pessoas preservadas, mas na hora H se
apresentam como candidatos e alegam ter tomado a decisão devido a terem
recebido muitos “pedidos de amigos”. A teatralidade também faz parte do jogo
político. E se faz.....
PREPARADOS PARA A GUERRA
Enfim, grupos de guerra são montados com a intenção de marretar
a imagem dos adversários até a exaustão, e convencer eleitores de que os
melhores candidatos são aqueles que eles vêm indicando. Os concorrentes são
taxados de desonestos, mentirosos, esquerdistas, fascistas, ladrões, incompetentes,
comedores de criancinhas, espancadores de mulher, viciados, traficantes, e tudo
o mais que vier a cabeça e tiver utilidade como solvente de imagem. Sem que
isso signifique um compromisso com a verdade, é claro, pois que prevalece é o
desejo de eleger alguém e abrir espaço para as benesses do poder. Afinal, para
a militância de guerra, o que importa saber se um adversário é preparado para o
cargo que almeja ou não? Se é honesto ou não? A “missão”, nestes casos, se
resume em destruir o alvo.
Não faltarão nessas empreitadas belicosas, o uso de
mentiras, ataques caluniosos e o espalhamento de boatos, como têm ocorrido com
frequência em nossa cidade. A verdade, coitada, estará à margem desse processo
como fator insignificante e só poderá ser capturada pelos mais sagazes.
O MÉTODO DESTRUTIVO
Infelizmente, já se cristalizou no meio político a ideia de
que atacar adversários é a melhor forma de chamar a atenção e, em meio ao
burburinho das plataformas e promessas fervilhantes, convencer as pessoas de
que se é a personificação da mudança e da moralidade. Muitos eleitores caem
nessas armadilhas em ano de eleição, sem perceber que a estratégia é sempre a
mesma. Mas será que é disso que uma cidade precisa? O que acontece depois,
quando esses falsos arautos da decência alcançam seus objetivos? Que tipo de
atrações eles reservam como espetáculo para quem os elegeu?
MUDANÇAS
Para alguns estudiosos do problema, já existe um grande
contingente de pessoas demostrando mais consciência sobre essa prática e percebendo
que não passa na maioria esmagadora das vezes, de um tendencioso caminho para a
popularidade. Um blefe ou cartada, que pode ocultar altas ambições de poder e
enriquecimento e ainda acarretar enormes prejuízos à população iludida.
Todos esses "justiceiros" de ocasião, são atores
de uma novela já vista, encomendada, movidos por interesses pessoais e de
grupos. Gente que nunca revelou, após uma eleição, coisa melhor do que aquilo
que já se tinha, e o que é mais grave: na maioria das vezes, quando eleitos,
vem a fazer coisa pior do que aqueles a quem tanto criticaram. É só rever a
história.
Chega de hipocrisia. Ninguém mais aguenta ver o “roto”
falando do “esfarrapado”. Ninguém mais aguenta a teatralidade dos discursos de
acusação feitos por pessoas que neles próprios se enquadram. Temos a frente um cenário
político confuso, difícil de sanear, cheio de espertalhões e aproveitadores,
mas a esperança só morre quando cessa busca. Estamos atrás de pessoas dispostas
a trabalhar a coisa pública como missão, daquelas que evidenciem, de fato, o viés
da solidariedade popular. Queremos um homem ou uma mulher que demonstre real e acentuado
comprometimento com o bem comum, que almeje dar ao outro aquilo que pleiteia
para si mesmo.
Onde estão esses candidatos? Onde estão esses homens e mulheres
capazes de unir as pessoas através de bons exemplos, capazes de influenciar a
sociedade com mudanças positivas e levar paz as pessoas? Essas são as coisas
que os perversos da política de combate jamais lograrão fazer, porque a estes interessa
mais a guerra em metástase do que uma sociedade em ascensão.
Por Ronaldo Miguez
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